Umbanda
A origem da umbanda remonta a um contexto histórico complexo e multifacetado, que envolve desde a escravidão dos índios e africanos até os dias atuais. Para entender sua história, é fundamental compreender o sincretismo religioso que ocorreu no Brasil durante séculos.
Durante o período da colonização, os colonizadores portugueses impuseram o cristianismo como religião oficial, buscando a conversão dos povos nativos e dos escravos africanos trazidos para o país. No entanto, essas populações mantiveram vivas suas tradições espirituais, que foram entrelaçadas com elementos do catolicismo, resultando em uma prática sincrética.
Os africanos escravizados trouxeram consigo suas crenças e rituais religiosos, como o candomblé e a religião dos orixás. Porém, por conta da repressão e da perseguição religiosa, eles precisaram disfarçar suas práticas, associando seus deuses e divindades aos santos católicos, formando assim o sincretismo religioso.
Durante esse período, os negros escravizados tiveram que lidar com a imposição de uma cultura dominante que os considerava inferiores. Nesse contexto, a umbanda começou a se formar como uma religião de resistência, que mesclava as crenças e rituais africanos com elementos do catolicismo, criando uma linguagem simbólica que permitia a preservação de suas tradições.
Essa fusão de culturas, conhecida como sincretismo, foi fundamental para a sobrevivência das tradições africanas no Brasil e para a construção da umbanda como uma religião genuinamente brasileira. Por meio do sincretismo, os negros escravizados conseguiram manter seus rituais e devoções, adaptando-os ao contexto imposto pela sociedade dominante.
No entanto, ao longo do tempo, a umbanda passou por transformações e adaptações. Com o processo de abolição da escravidão e a chegada de imigrantes europeus no país, houve um movimento de embranquecimento da religião. Essa mudança foi impulsionada pela busca por uma legitimação social e pelo desejo de se afastar do estigma associado à cultura africana.
Essa fase de embranquecimento resultou em uma tentativa de distanciamento dos aspectos afro-brasileiros da umbanda, buscando uma aproximação com elementos espiritualistas europeus, como o espiritismo kardecista. Essa transformação levou a uma maior aceitação da religião pela sociedade branca e à redução do sincretismo religioso.
O Axé Oxum busca resgatar os elementos indígenas e africanos, valorizando a cultura negra que deu origem à religião. Reconhece que o sincretismo foi uma forma de resistência e preservação cultural, mas também entendemos que não é necessário manter as amarras do passado para cultuar nossas divindades e exercer nossa fé.
Entendemos que a umbanda valoriza a diversidade e promove a liberdade religiosa, abraçando a pluralidade cultural e espiritual presente na sociedade brasileira. Sabemos que mesmo nos reconectando com as raízes africanas, ainda sim entendemos que na espiritualidade não existem rótulos, rixas, preconceitos ou qualquer algo do tipo, que impeça nossas entidades/ancestrais/guias de trabalharem em nosso terreiro.
Nossa gira de direita é composta pelos Caboclos, Boiadeiros e Baianos. Os Pretos-Velhos, Marinheiros e Crianças também fazem parte da nossa linha da direita, porém, as giras com essas entidades são em datas específicas.
Nossa gira de esquerda é composta pelos Exus e Pombogiras.
Tradando-se de orixás, temos o entendimento que são divindades iorubás e que na umbanda alguns falangeiros trazem o nome de alguns orixás. A Religião Tradicional Iorubá e o Candomblé são onde os orixás se manifestam através da incorporação/possessão.